No fechamento da sessão regular de ontem, os índices acionários dos EUA encerraram em alta: o S&P 500 avançou 0,67%, o Nasdaq 100 subiu 0,87% e o Dow Jones Industrial Average ganhou 0,56%. No entanto, as tarifas anunciadas por Donald Trump rapidamente levaram os futuros dos índices a uma queda acentuada durante as negociações pós-sessão.

A introdução das tarifas, que Trump classificou como a chave para a prosperidade de longo prazo dos Estados Unidos, desencadeou um colapso nas ações que vinham subindo com a expectativa de uma política tarifária menos agressiva. Os contratos futuros do S&P 500 caíram mais de 3,5%, enquanto os do Nasdaq 100 recuaram 4,5%, atingindo novas mínimas anuais.

Trump anunciou uma tarifa base de 10% para todos os exportadores para os EUA, além de taxas adicionais para aproximadamente 60 países. Entre eles, alguns dos principais parceiros comerciais dos EUA, como China, União Europeia e Vietnã, foram especialmente impactados por tarifas significativamente mais altas.

Esse desdobramento interrompeu uma sequência de três dias de alta no S&P 500, frustrando as expectativas de um plano tarifário mais moderado. Agora, traders de todos os mercados precisam se preparar para um período desafiador nas negociações comerciais.

A Casa Branca informou que as importações de aço e alumínio não estarão sujeitas às tarifas recíprocas, o que trouxe algum alívio para os compradores domésticos que já pagam tarifas de 25% sobre metais essenciais usados em carros, eletrodomésticos e outros produtos.

As ações de empresas mais vulneráveis à nova rodada de tarifas despencaram no final do pregão em Nova York. Nike Inc., Gap Inc. e Lululemon Athletica Inc. caíram pelo menos 7%, enquanto fabricantes de chips como Nvidia Corp. e Advanced Micro Devices Inc. também sofreram fortes quedas, assim como multinacionais como Caterpillar Inc. e Boeing Co.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, pediu aos parceiros comerciais dos EUA que evitem retaliar contra o novo pacote tarifário de Trump, alertando que uma resposta dos EUA poderia ser ainda mais agressiva.

"Se vocês não retaliaram, isso será o teto", disse Bessent.

As medidas devem desacelerar o comércio global e pressionar os preços, reduzindo os lucros corporativos e aumentando os custos para os consumidores, o que pode desencadear uma nova onda inflacionária. Muitos especialistas acreditam que medidas retaliatórias por parte dos países afetados podem agravar ainda mais a situação econômica global.

O impacto pode resultar em uma prolongada onda de vendas de ativos de risco nos próximos dias ou semanas, até que os mercados atinjam níveis considerados atrativos para novas compras.

Perspectiva técnica do S&P 500

A tendência de baixa continua. Hoje, o principal objetivo dos compradores é romper a resistência mais próxima, em US$ 5.520. Caso consigam, isso pode estender a recuperação e abrir caminho para US$ 5.552. Além disso, recuperar o controle sobre os US$ 5.586 é uma prioridade para os touros, pois reforçaria sua posição no mercado.

Por outro lado, se o apetite por risco diminuir e o índice recuar, os compradores precisarão defender a região em torno de US$ 5.483. Um rompimento abaixo desse nível pode acelerar as perdas, empurrando rapidamente o preço para US$ 5.443 e, possivelmente, para US$ 5.399.