Enquanto o dólar se prepara para a divulgação de dados econômicos cruciais — que podem definir os próximos passos do Federal Reserve —, Donald Trump fez um balanço dos primeiros 100 dias de seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos.

Durante seu discurso, Trump voltou a criticar o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmando que as taxas de juros deveriam estar mais baixas. "A inflação caiu, mas os juros não. Obviamente, tenho alguém no Fed que não está fazendo um bom trabalho", declarou Trump em um comício próximo a Detroit, no estado de Michigan.

A condenação do presidente ocorreu apesar de suas declarações anteriores, feitas neste mês, de que não planejava demitir o chefe do banco central — embora tenha criticado repetidamente o ritmo lento dos cortes nas taxas de juros promovidos pelo Fed. A incerteza quanto ao destino de Jerome Powell agitou os mercados e ampliou as preocupações dos investidores em relação aos planos tarifários de Trump. "Não se deve criticar o Fed", disse o presidente. "Você deve deixá-lo fazer seu trabalho — mas eu sei muito mais sobre taxas de juros do que ele."

Trump envolveu suas críticas em uma defesa mais ampla de sua agenda econômica, alegando que sua política tarifária abrangente impulsionaria uma nova onda de crescimento e traria os fabricantes de volta aos Estados Unidos. Apenas algumas horas antes do comício, ele assinou diretrizes revertendo parte das tarifas planejadas — incluindo a retirada do imposto de 25% sobre autopeças usadas em carros e caminhões fabricados nos EUA. O presidente classificou a medida como uma "pequena flexibilidade", destinada a dar tempo às empresas para retomar a produção doméstica, ao mesmo tempo em que lançou um alerta às montadoras que ainda consideram importar componentes.

Pesquisas indicam que os eleitores estão cautelosos quanto à agenda econômica de Trump e receiam que as tarifas provoquem uma recessão e aumentem os preços ao consumidor. Não surpreende, portanto, que a confiança do consumidor nos EUA tenha caído em abril para o nível mais baixo em cinco anos, segundo dados recentes.

O índice de aprovação de Trump também recuou, atingindo o nível mais baixo para um presidente neste estágio de mandato em décadas. As quedas refletem preocupações com sua condução da economia e o temor de uma recessão. Apenas 39% dos entrevistados em uma pesquisa da ABC News/Washington Post disseram aprovar sua gestão, enquanto uma sondagem da CNN apontou um índice de 41%.

A imigração segue sendo uma das áreas de maior aprovação para o presidente republicano, que intensificou os esforços para conter a entrada de imigrantes ilegais e acelerar deportações. O segundo mandato de Trump também tem sido marcado por uma campanha para remodelar rapidamente o governo.

Trump lidera ainda uma ofensiva para redefinir as relações exteriores de Washington, renovando os apelos de seu primeiro mandato para que os aliados europeus aumentem suas contribuições à OTAN, exigindo maior presença naval dos EUA no Canal do Panamá, discutindo a possível compra da Groenlândia e até cogitando que o Canadá se torne o 51º estado norte-americano.

Perspectiva Técnica Atual

EUR/USD:
Os compradores agora precisam se concentrar em ultrapassar o nível de 1,1380. Só então será viável tentar um teste da resistência em 1,1440. A partir desse ponto, um avanço até 1,1490 torna-se possível, embora desafiador sem o suporte dos principais players do mercado. O alvo mais distante permanece em 1,1530. Em caso de queda, uma atividade de compra significativa é esperada apenas em torno de 1,1320. Se não houver interesse nesse nível, o ideal será aguardar um novo teste da mínima em 1,1265 ou considerar posições longas a partir de 1,1215.

GBP/USD:
Os compradores da libra precisam romper a resistência imediata em 1,3370. Somente esse movimento permitirá uma tentativa de avanço até 1,3400, onde um rompimento adicional será mais difícil. O alvo mais ambicioso está em 1,3440. Em caso de recuo, os ursos tentarão assumir o controle em 1,3333. Caso sejam bem-sucedidos, a quebra desse suporte poderá representar um golpe sério aos touros, empurrando o par em direção à mínima de 1,3280, com possibilidade de queda até 1,3240.